11 de Agosto de 2025

"PERMANECER EM CRISTO"

Queridos Diocesanos e Leitores!

Agora escrevo a você já como bispo desta amada Diocese de Campo Mourão! Sinto-me feliz em caminhar junto com todos aqueles que foram chamados por Jesus e são desafiados, todos os dias, a andar no seu seguimento. E quem caminha com Jesus produz muitos frutos!

No início da missão que Deus me confia nesta porção do povo de Deus, quero reler com você um versículo do Evangelho de São João: “Aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto” (Jo 15,5).

Estas palavras são pronunciadas quando Jesus estava prestes a entregar a sua vida. Naquela refeição com os seus apóstolos, Jesus entregou a Eucaristia e algumas palavras muito especiais. Entre estas palavras significativas, que se repetem por várias vezes, aparece o “Permanecer”.  Como ramos na videira, precisamos permanecer em Cristo!

O Papa Francisco disse um dia: “Tu, se permaneceres no Senhor, na Palavra do Senhor, na vida do Senhor, serás um discípulo. Se não permaneceres, serás alguém que simpatiza com a doutrina, que segue Jesus como um homem que pratica tanta caridade, tão bom, com valores certos, mas é o discipulado a verdadeira identidade do cristão. E será o discipulado que nos dará liberdade: o discípulo é um homem livre porque permanece no Senhor” (Homilia, 01/04/20).

Quem permanece no Senhor, produz muitos frutos! Sabemos que no terceiro dia da criação (Gn 1,11-13), depois da luz, do firmamento, da terra e do mar, Deus criou as verduras, as ervas e as árvores frutíferas. Estas últimas devem dar frutos contendo sementes. Neste sentido, toda árvore frutífera precisa produzir. 

O fruto é produzido por uma planta saudável. É algo visível. Talvez seja preciso dizer com o dicionário que “Fruto é a evidência física ou visível, a prova de um poder invisível operando por dentro”. Aquilo que é invisível se torna visível pelos frutos.

É importante destacar que os frutos são para os outros e nunca para a própria árvore. A laranjeira não come laranjas. A macieira não come as suas maçãs.  Por isso somos chamados a produzir frutos para os outros e não para nós mesmos! Não podemos querer os frutos para nós, ficar com eles, guardá-los. Se não forem colhidos eles cairão e não farão o bem a ninguém. Que grande lição podemos tirar daqui: Nada para nós, sim para os outros!

Somos conhecidos pelos frutos que produzimos. Jesus disse: “eu vos escolhi e vos designei para irdes e produzirdes fruto e para que vosso fruto permaneça” (Jo 16,16). Que frutos nós, os cristãos, somos chamados a produzir?

O primeiro fruto que devemos dar é certamente o “amor aos outros, como Jesus nos amou” (cf Jo 13,34). Sustentados por este mandamento de Jesus e conduzidos pelo Espírito, conforme São Paulo escreve aos gálatas, os frutos são: “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio” (Gl 5,22).

Se alguém necessitasse de frutos e viesse buscá-los, o que poderia colher na árvore que somos nós?  Que frutos estamos produzindo, nós que somos livres, seduzidos por Cristo e enviados para servir as pessoas no meio do mundo?

Sem Cristo nada podemos fazer (cf. Jo 15, 5)! O grande convite para nós é, então, permanecer muito unido a Ele. Tudo o que fizermos de bom e todos os frutos que produzirmos serão consequência da nossa comunhão profunda com Cristo.

Jamais nos desliguemos do Senhor! Permaneçamos em Cristo!


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